CABUL (Reuters) - Mais de 10 mil civis afegãos foram mortos ou feridos em episódios de violência no ano passado, principalmente devido a ataques com bomba de militantes, e os ataques aéreos dos Estados Unidos e de forças do governo estão infligindo um saldo crescente de vítimas, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.
O presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma estratégia mais agressiva no Afeganistão em agosto, incluindo o aumento dos ataques aéreos, e os militantes responderam com ataques em Cabul nas últimas semanas, matando quase 150 pessoas.
O saldo geral de vítimas civis de 2017, de 3.438 mortos e 7.015 feridos, foi nove por cento inferior ao de 2016, mas as cifras enfatizam o grande número de vítimas causadas por bombas de militantes, segundo a ONU.
"Os ataques nos quais elementos antigoverno visaram civis deliberadamente representaram 27 por cento do total de baixas civis... sobretudo de ataques suicidas e complexos", disse a ONU em um comunicado.
Os atentados mais letais desde que a missão da ONU começou a registrar baixas civis em 2009 foi em Cabul, no dia 31 de maio, quando um homem-bomba detonou um caminhão com explosivos, matando 92 civis e ferindo 491.
Dois terços de todas as baixas do ano passado foram infligidos por forças antigoverno. O Taliban foi responsável por 42 por cento, o Estado Islâmico por 10 por cento e outros 13 por cento foram causadas por elementos antigoverno desconhecidos.