Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Malásia disse ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira que planeja solicitar a um tribunal apoiado pela entidade que processe os suspeitos de derrubarem um avião de passageiros no leste da Ucrânia no ano passado, embora a Rússia tenha descrito a ação como prematura, disseram diplomatas.
O voo MH17 da Malásia Airlines foi abatido em julho de 2014 com 298 passageiros a bordo, dois terços deles holandeses. O avião caiu em território sob controle dos separatistas apoiados por Moscou.
A Ucrânia e países ocidentais acusam os rebeldes de derrubarem a aeronave com um míssil russo. A Rússia repudiou as acusações de que forneceu sistemas de mísseis anti-aéreos SA-11 Buk aos rebeldes.
"A Malásia informou os membros do conselho nesta manhã sobre sua intenção de apresentar uma resolução em relação ao (voo) MH17", afirmou o embaixador da Nova Zelândia na ONU, Gerard van Bohemen, presidente do Conselho de Segurança da entidade durante o mês de julho.
"Eles estão tentando encontrar um mecanismo para lidar com a responsabilização criminal em relação ao abate da aeronave", disse ele, acrescentando que se trata de uma proposta conjunta de Malásia, Austrália, Holanda, Bélgica e Ucrânia.
Os diplomatas, falando sob anonimato, declararam que a Rússia descreveu a manobra como prematura e que acredita que o conselho deveria esperar os resultados de outras investigações. A missão da Rússia na ONU não quis comentar à Reuters sobre a proposta.
A Rússia é um dos 15 membros do conselho e tem poder de veto, assim como França, Grã-Bretanha, China e Estados Unidos, e por isso tem a opção de bloquear a iniciativa se ela for submetida a uma votação.