Por Jonathan Gould
FRANKFURT (Reuters) - Uma mulher em protesto contra o Banco Central Europeu subiu em uma mesa na frente do presidente do BCE, Mario Draghi, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, interrompendo o evento tradicionalmente com clima tenso antes de ser retirada por seguranças.
"Fim da ditadura do BCE", gritava a mulher sobre a mesa, enquanto jogava confetes e pedaços de papel em cima de Draghi. Ela vestia uma camiseta com uma mensagem semelhante escrita na parte da frente.
Em uma folha de papel que deixou para trás criticando "esta instituição ilegítima", a manifestante escreveu: "Uma entrevista coletiva não é suficiente para chamar de democracia... A dívida do BCE ainda não foi paga."
Assustado, Draghi ergueu as mãos à medida que a mulher jogava o confete. Após a breve interrupção, ele voltou ao microfone para continuar a entrevista coletiva.
A mulher fez um V de vitória e sorriu quando dois homens vestidos com ternos cinza a retiraram do local, segurando seus braços e pernas.
O grupo de direitos das mulheres que se autodenomina Femen reivindicou a responsabilidade pelo protesto no Twitter. A polícia alemã disse ter detido uma mulher de 21 anos, natural de Hamburgo.
Em um comunicado, o BCE disse que a ativista havia se registrado como jornalista e tinha passado por verificações de segurança antes de entrar no edifício.
O BCE tem se esforçado para se distanciar de questões políticas na Europa, mas muitos criticam o papel da instituição.
Recentemente, protestos violentos em Frankfurt tiveram como alvo o BCE devido aos cortes de gastos exigidos na Grécia e em outros lugares.
(Reportagem adicional de Caroline Copley em Berlim)