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Manifestantes contrários à lei de extradição tomam as ruas de Hong Kong

Publicado 21.06.2019, 11:41
© Reuters. Manifestantes se reúnem na frente de quartéis policiais em Hong Kong

Por Jessie Pang e Clare Jim

HONG KONG (Reuters) - Milhares de manifestantes vestidos de preto interditaram ruas e cercaram quartéis da polícia de Hong Kong nesta sexta-feira, as manifestações mais recentes contra um projeto de lei de extradição que desencadeou protestos violentos e mergulhou a cidade, governada pela China, em uma crise.

Grupos majoritariamente de estudantes usando capacetes, óculos de proteção e máscaras montaram barricadas e detiveram veículos em um protesto essencialmente pacífico para exigir que a líder Carrie Lam, que defendeu e depois adiou o projeto de lei, o descarte de vez.

"Ter pessoas aqui está pressionando o governo (a ver) que não concordamos com seus planos de extradição", disse o estudante Edison Ng, que protestava sob um calor de cerca de 32 graus Celsius.

"Não está claro quanto tempo ficaremos... ir embora ou não ir, o povo decidirá".

Os protestos, o maior desafio popular ao presidente chinês, Xi Jinping, desde sua posse, em 2012, forçaram mais uma vez o fechamento temporário dos escritórios do governo de Hong Kong devido aos temores de segurança.

Ruas perto do centro da ex-colônia britânica que normalmente estariam congestionadas estavam vazias, e os manifestantes reforçaram os bloqueios com barras de metal.

"Nunca se rendam" ecoava pelas ruas enquanto os manifestantes bradavam perto dos quartéis da polícia e exortavam o chefe de polícia, Stephen Lo, a renunciar.

A polícia alertou com megafones os ativistas para que não avançassem.

Centenas permaneciam diante de edifícios do governo na noite desta sexta-feira, a maioria sentada pacificamente e se borrifando com água para se refrescar.

Nas proximidades, um grupo grande cantava "Sing Hallelujah to the Lord", que se tornou hino improvável dos protestos.

© Reuters. Manifestantes se reúnem na frente de quartéis policiais em Hong Kong

Hong Kong voltou ao controle chinês em 1997, desde quando é governada sob a fórmula "um país, dois sistemas", que inclui liberdades inexistentes na China continental, como um Judiciário independente muito valorizado.

Milhares de pessoas temerosas de uma erosão maior destas liberdades encheram as ruas do centro financeiro asiático neste mês para repudiar o projeto de lei, que permitiria que pessoas fossem extraditadas à China para serem julgadas em tribunais controlados pelo Partido Comunista.

(Reportagem adicional de Jessie Pang, Vimvam Tong, Clare Jim, Anne Marie Roantree, Farah Master, Twinnie Siu, Sijia Jiang Felix Tam, Ryan Chang)

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