Por Jessie Pang e James Pomfret
HONG KONG (Reuters) - Grupos de manifestantes pró-democracia de Hong Kong se reuniram nesta terça-feira para lembrar o primeiro aniversário de um ataque de uma multidão armada e vestida com camisetas brancas a uma estação de trem, e exigiram Justiça para as vítimas da violência e liberdades mais abrangentes.
No dia 21 de julho do ano passado, 45 pessoas ficaram feridas depois que mais de 100 homens de branco invadiram a estação de trem. A polícia foi criticada por não reagir com rapidez suficiente aos pedidos de ajuda e por não prender imediatamente os suspeitos no local.
O ataque de Yuen Long, e a aparente incapacidade da polícia para evitá-lo, exacerbaram as tensões durante protestos no ano passado, mergulhando o polo financeiro global em sua pior crise desde que o Reino Unido devolveu Hong Kong ao controle chinês, em 1997.
Indivíduos espalhados ao redor do shopping center Yoho e da estação de trem de Yuen Long bradaram slogans como "Independência para Hong Kong, a única saída".
Centenas de policiais da tropa de choque isolaram áreas e exortaram as pessoas a não se aglomerarem por causa das restrições de distanciamento social do coronavírus.
Grupos de jovens que percorriam o shopping center insultavam a polícia à distância e bradavam "Libertem Hong Kong. Revolução de nossa era" -- um slogan que, segundo um alerta do governo, pode violar a nova lei de segurança nacional.
A polícia usou spray de pimenta durante ao menos um confronto.
O protesto desta terça-feira ocorreu após a imposição de uma nova lei de segurança pela China que desencadeou críticas internacionais e provocou temores em relação às liberdades e à autonomia de Hong Kong, contempladas na fórmula "um país, dois sistemas".
Alguns manifestantes ergueram folhas de papel em branco para se oporem à lei, que dizem criminalizar a liberdade de expressão.
"Tive muitos sentimentos de decepção nas últimas semanas", disse Lok, um estudante de 18 anos vestido com camiseta e shorts pretos, admitindo que o comparecimento ao protesto foi menor do que esperava. "Mas o povo de Hong Kong deveria continuar a manter o espírito revolucionário e lutar por suas liberdades".
A China diz que a lei, que pune o que Pequim define de maneira abrangente como atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, é necessária para fechar brechas de segurança nacional causadas pela incapacidade da cidade de sancionar tal legislação por conta própria. As autoridades de Hong Kong dizem que ela ajudará a trazer estabilidade.