Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Peruanos que protestavam contra a destituição abrupta do presidente Martín Vizcarra entraram em conflito nas ruas de Lima com policiais da tropa de choque, que usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, na noite de quinta-feira.
Os confrontos, e outros protestos mais pacíficos na capital e em outras cidades, estão aumentando a pressão sobre o Congresso fragmentado e o novo governo de Manuel Merino.
Vizcarra, político de centro sem partido que é popular entre os eleitores, foi removido do cargo na segunda-feira, após um julgamento de impeachment resultante de alegações de que ele recebeu propinas, o que ele nega.
Merino, membro do partido de centro-direita Ação Popular que chefiava o Congresso, empossou o novo gabinete na quinta-feira e pediu calma.
"Todo o Peru está inflamado, estamos todos muito revoltados", disse Jose Vega, um manifestante em Lima, onde algumas pessoas portavam cartazes comparando Merino à pandemia de coronavírus e diziam que ele não as representa.
Vizcarra conduzia uma campanha anticorrupção que criou choques frequentes com o Congresso em um país que tem um histórico de tumultos políticos e corrupção.
A crise precipitada por sua saída abalou o segundo maior produtor de cobre do mundo e fez a moeda peruana atingir seu menor valor em 18 anos.
Organizações de direitos humanos expressaram preocupação com o uso de força excessiva da polícia contra manifestantes, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) exortou o Tribunal Constitucional a esclarecer a situação.
(Por Marco Aquino e Reuters TV)