Por Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - Várias centenas de ativistas ocuparam um prédio de escritórios do Senado dos Estados Unidos nesta quinta-feira com gritos que condenam a posição de "tolerância zero" do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre imigração ilegal, antes de serem presos por recusar ordens policiais de deixar o país.
Os manifestantes, em sua maioria mulheres vestidas de branco, estavam sentados no chão de mármore do edifício do Senado e se enrolaram em cobertores de prata. Os cobertores pareciam ser uma referência a cobertores similares dados a crianças imigrantes em centros de detenção vistos em fotografias amplamente divulgadas.
"Falem alto, falem claro, imigrantes são bem-vindos aqui", bradava a multidão de cerca de 500 manifestantes.
"Este é o último aviso", disse um membro da Polícia do Capitólio aos manifestantes. "Se vocês não quiserem ser presos, precisam sair."
A polícia fez os manifestantes se alinharem contra a parede em pequenos grupos, e confiscaram seus cobertores e placas antes de prendê-los enquanto outros manifestantes aplaudiam.
Dezenas de funcionários do Senado lotaram o mezanino superior, olhando o protesto abaixo.
As senadoras Mazie Hirono, Kirsten Gillibrand e Pramila Jayapal e o senador Jeff Merkley, democratas que têm criticado as políticas de imigração de Trump, passaram pela polícia e conversaram com algumas das mulheres. Gillibrand levantou uma placa que dizia: "Acabar com detenções agora."
A Marcha das Mulheres, um movimento iniciado quando Trump tomou posse em 2017 e se disseminou mundialmente, pediu às mulheres que corressem o risco de ser presas no protesto desta quinta-feira.
Ao passarem diante do Trump International Hotel, que é administrado pela empresa do presidente, elas entoaram "Vergonha! Vergonha! Vergonha!"
A Marcha das Mulheres é parte de uma onda de ações contra Trump, cuja gestão começou a processar em maio todos os adultos que cruzem a fronteira sem autorização.
Mais de 2.000 crianças que chegaram ilegalmente nos Estados Unidos com parentes adultos foram separadas de suas famílias e colocadas em centros de detenção ou com famílias adotivas nos Estados Unidos.