BEIRUTE (Reuters) - Manifestantes interditaram ruas de Beirute e outras partes do Líbano, nesta segunda-feira, persistindo com uma onda de protestos contra a elite governante que mergulhou o país em um turbilhão político em um momento de crise econômica aguda.
Os protestos de âmbito nacional, desencadeados em 17 de outubro por uma proposta do governo de taxar chamadas por WhatsApp, levaram o primeiro-ministro Saad al-Hariri a renunciar na semana passada, e ainda não há sinal de progresso rumo a um acordo ou um novo governo.
Depois da saída de Hariri as manifestações diminuíram, os bloqueios foram retirados das ruas e os bancos reabriram pela primeira vez em duas semanas na sexta-feira.
Mas nas primeiras horas desta segunda-feira, novos bloqueios surgiram nas ruas de Beirute e em todo o país, travando grandes artérias, como a principal estrada litorânea ao norte e ao sul da capital. Escolas cancelaram os planos de reabrir e já estão sem funcionar pela terceira semana.
"O slogan é 'esta revolução não sabe o que é dormir, formem o governo hoje'", disse Hashem Adnan, um das várias dezenas de manifestantes que interditavam a Ponte Ring de Beirute exigindo um novo gabinete independente da elite política, que manifestantes acusam de corrupção e de levar o Líbano à crise econômica.
Na cidade de Trípoli, no norte, o manifestante Rabih al-Zein disse que seus colegas de revolta voltaram a intensificar as ações por não confiarem que a elite governante atenderá as exigências de um novo governo que confrontará a corrupção.
"Queremos tecnocratas (no governo) e queremos juízes para combater a corrupção, recuperar o dinheiro roubado e responsabilizar o governo", disse.
(Por Issam Abdallah, Imad Credi, Tom Perry, Laila Bassam em Beirutee e Ali Hasisho em Sídon)