Por Alyson McClaran e Keith Coffman
BOULDER, Estados Unidos (Reuters) - Um homem visto ensanguentado e mancando ao ser conduzido pela polícia algemado foi preso devido à suspeita de ter matado 10 pessoas, inclusive um policial, em um mercadinho do Estado norte-americano do Colorado, o segundo massacre a tiros no país em uma semana.
O atirador, que não foi identificado publicamente, abriu fogo em uma filial da King Soopers de Boulder, cerca de 45 quilômetros ao noroeste de Denver, no final da tarde de segunda-feira, fazendo compradores e funcionários aterrorizados buscarem abrigo enquanto centenas de policiais corriam para o local.
Reportagens disseram que o suspeito, que a polícia disse se acreditar que agiu sozinho, estava armado com um rifle.
As autoridades deram poucos detalhes e não apresentaram nenhum motivo possível para a matança, que ocorreu seis dias depois de um homem armado cometer um massacre em uma área de Atlanta, matando oito pessoas a tiros em três spas antes de ser preso.
Como naquele caso, o episódio de violência de segunda-feira no Colorado aconteceu em um ponto comercial e foi cometido por um único agressor armado.
"Estávamos no caixa quando os tiros começaram", disse Sarah Moonshadow, uma cliente de 42 anos que estava na loja com o filho adulto, Nicholas.
"E eu disse 'Nicholas, se abaixe'. E Nicholas se abaixou. E nós começamos a ouvir, eram disparos repetitivos... e eu disse 'Nicholas, corra'."
Moonshadow disse que tentou cuidar de uma vítima que viu caída na calçada diante da loja, mas que seu filho a afastou, dizendo "Temos que ir".
A testemunha soluçou ao contar seu suplício, acrescentando: "Não consegui ajudar ninguém".
A chefe de polícia de Boulder, Maris Herold, também se comoveu ao contar que 10 pessoas morreram no local. Entre elas estava Eric Talley, policial de 51 anos que estava há 11 na força policial de Boulder e que Herold disse ter sido o primeiro a chegar à loja. Talley tinha sete filhos e estava procurando um emprego menos perigoso, de acordo com seu pai.
A polícia disse que o atirador acusado foi levado a um hospital para ser tratado dos ferimentos que sofreu no episódio, mas não explicou como ele se feriu. Não havia notícia de quando ele pode ter que comparecer a um tribunal pela primeira vez.
A United Food and Commercial Workers International Union, que representa 32 funcionários da filial King Soopers, louvou alguns empregados da unidade por terem ajudado clientes a fugirem por uma saída dos fundos.
(Por Alyson McClaran em Boulder, Colorado, e Keith Coffman em Denver; reportagem adicional de Kevin Mohatt em Boulder, Sharon Bernstein em Sacramento, Califórnia, e Dan Whitcomb em Los Angeles)