Por Elizabeth Piper e Kylie MacLellan
LONDRES (Reuters) - A estratégia do Brexit da primeira-ministra britânica, Theresa May, sofreu uma derrota nesta quinta-feira, enfraquecendo a promessa feita por May a líderes europeus de que conseguirá a aprovação do acordo de retirada se o bloco concordar com algumas concessões.
Em uma demonstração de força, defensores de um Brexit linha dura dentro do Partido Conservador decidiram se abster, resultando em uma constrangedora, embora simbólica, derrota para a premiê, que tenta renegociar seu acordo com a União Europeia.
Embora não vá impedir May de buscar mudanças na questão mais controversa do acordo --o mecanismo “backstop” da fronteira irlandesa-- a votação mostra que os parlamentares pró-Brexit de seu partido representam um grande desafio à aprovação de quaisquer termos.
May esteve ausente da Câmara dos Comuns durante o debate e o resultado da votação, que aprofundou o senso de crise política envolvendo a retirada do Reino Unido da UE, mais de dois anos depois que eleitores escolheram deixar o bloco por 52 contra 48 por cento dos votos.
Agora, a votação crucial deve acontecer em 27 de fevereiro, quando acredita-se que May retornará ao Parlamento --e quando parlamentares que temem uma saída sem acordo podem tentar assumir o controle do Brexit.
A mais nova reviravolta na negociação de dois anos para deixar a UE enfatiza as rixas existentes no Parlamento sobre como, ou até se, o Reino Unido deve sair do bloco, sua maior mudança política e comercial em mais de 40 anos.
O resultado da votação aumenta a possibilidade do Reino Unido deixar a UE sem um acordo, um cenário aterrorizante para muitos negócios, mas também do Brexit ser adiado ou até de nunca acontecer.
Com a abstenção de muitos parlamentares conservadores, a derrota do governo em sua moção reafirmando o apoio à estratégia de May foi forte, com 303 contra 258 votos.