Por Elizabeth Piper e William James
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, venceu uma série de votações no Parlamento nesta segunda-feira, mantendo sua abrangente estratégia de deixar a União Europeia praticamente no caminho após ceder às pressões de apoiadores do Brexit em seu partido.
Mas ao aceitar as exigências de apoiadores linhas-duras do Brexit, ela expôs sua vulnerabilidade no Parlamento, onde ambas alas de seu Partido Conservador atacaram uma à outra, destacando as profundas divisões que até o momento têm dificultado progressos em conversas com a União Europeia.
May prometeu manter seu plano de negociar os acordos comerciais mais próximos possíveis com a UE, dizendo que sua estratégia é a única que pode cumprir as metas do governo para o Brexit, a maior transição nas políticas externas e comerciais do Reino Unido em décadas.
Mas, mesmo antes da UE ter tido tempo de avaliar a visão de May para os futuros laços do Reino Unido com o bloco, os planos da premiê foram alvos de críticas de ambos lados do Partido Conservador. Um ex-ministro pró-UE chamou os planos de “o pior de todos os mundos”, enquanto eurocéticos disseram que a estratégia manteria o Reino Unido muito próximo do bloco.
Nesta segunda-feira, apoiadores do Brexit miraram o chamado projeto de lei aduaneira do governo, esperando endurecer os planos de May. Mas, ao invés de enfrentá-los e impulsionar tensões, o governo aceitou as quatro emendas dos apoiadores.
O porta-voz de May disse que as mudanças ao projeto de lei, formalmente chamado de Projeto de Lei de Taxação (de Comércio Transfronteiriço), fizeram pouco mais do que transformar a política do governo em lei.
Mas ao endurecer a linguagem para enfatizar que a cobrança futura de impostos e taxas pelo Reino Unido e pela UE esteja em base recíproca, alguns parlamentares expressaram preocupações de que apoiadores do Brexit podem ter deixado o plano de May menos vendável ao bloco.
O Parlamento votou por 318 a 285 para aprovar o projeto de lei. O projeto agora segue para a câmara alta do Parlamento antes de se transformar em lei.