JIANLI, China (Reuters) - Dezenas de mergulhadores vasculhavam cautelosamente, nesta quarta-feira, um navio de cruzeiro naufragado no Rio Yangtze em busca de mais de 400 desaparecidos, a maioria idosos, e o número de mortes confirmadas no que pode ser o maior desastre nos meios de transporte da China em quase 70 anos subiu para 18.
A televisão estatal mostrou socorristas, alguns deles de pé no casco virado da embarcação Eastern Star, trabalhando noite adentro. Só 14 pessoas, incluindo o capitão do barco, foram encontradas com vida desde que o navio virou durante um tornado imprevisto na noite de segunda-feira, com 456 pessoas a bordo.
Os socorristas parecem não ter perdido as esperanças, embora os cerca de 200 mergulhadores enfrentem dificuldades como portas de cabines bloqueadas por mesas e camas. Também há o temor de que fazer furos improvisadamente no casco estoure bolhas de ar que mantêm as pessoas vivas.
"Estamos direcionando todos nossos esforços ao trabalho de resgate", disse o comandante naval Hui Dongyan ao jornal estatal Hubei Daily. A embarcação fazia uma viagem de 11 dias rio acima da cidade de Nanjing, próxima de Xangai, a Chongqing.
Embora o diário People's Daily tenha dito que o barco passou nas inspeções das autoridades de Chongqing no mês passado, em 2013 ele foi investigado e detido pelas autoridades devido a defeitos, de acordo com documentos de uma agência reguladora maritíma local.
O último grande acidente do tipo no leste asiático foi o naufrágio de uma balsa na Coreia do Sul no ano passado que matou 304 pessoas, a maioria adolescentes em uma excursão escolar.
(Por John Ruwitch e Megha Rajagopalan; Reportagem adicional de Sue-Lin Wong, em Xangai, e Michael Martina, em Pequim)