BERLIM (Reuters) - Com uma forte defesa da sua política de imigração, a chanceler Angela Merkel apareceu em seu último comício de campanha antes das eleições de domingo em três estados alemães, que podem enfraquecer a sua posição nas negociações com os sócios europeus para conter o fluxo migratório.
Os refugiados foram também o tema chave nos três comícios, em dois estados do oeste e um do leste, à medida em que cresce a preocupação entre os cidadãos sobre a capacidade de a Alemanha lidar com a chegada de mais de um milhão de imigrantes.
A União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) de Merkel perdeu apoio diante do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), que se beneficiou da preocupação em torno dos refugiados, depois da decisão da chanceler, ano passado, de abrir as fronteiras alemãs aos imigrantes que escapam da guerra da Síria.
"Há situações na vida - e este foi o caso no último outono - em que não se pode fazer um longo debate sobre princípios", disse Merkel, defendendo sua decisão.
"As pessoas chegaram de repente e precisavam de proteção", disse, em uma reunião do seu partido em Baden-Württemberg, um dos três estados que vão às urnas no domingo.
Com presença em cinco dos 16 parlamentos regionais da Alemanha, o partido AfD, ao que parece, pode estar representado em outros três parlamentos regionais no domingo, com uma campanha concentrada em slogans como "Proteger as fronteiras!" e "Deter o caos do asilo".
Agora, Merkel, no governo desde 2005, e com eleições de 2017 muito próximas, está tentando assegurar uma solução na Europa para conter o fluxo de refugiados. Pediu aos líderes europeus em uma reunião nesta semana que apoiem um acordo com a Turquia para deter a chegada de refugiados.
Merkel ainda precisa ratificar o acordo com os líderes da União Europeia na próxima reunião, em 17 e 18 de março. Se o seu partido conseguir um resultado decepcionante nas eleições de domingo, a posição de Merkel pode ficar enfraquecida para esse encontro.
(Por Paul Carrel)