Por Friederike Heine e Emma-Victoria Farr
BERLIM (Reuters) - A ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu a maior honraria do país nesta segunda-feira, em meio a reflexões sobre seus 16 anos no comando da maior economia da Europa.
A primeira mulher a liderar a Alemanha, que deixou o cargo em dezembro de 2021, foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito por feitos especiais pelo presidente Frank-Walter Steinmeier em cerimônia no Schloss Bellevue, em Berlim.
No evento, que contou com a presença do atual chanceler Olaf Scholz, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do ex-técnico de futebol Juergen Klinsmann, Merkel falou de "muitas boas experiências" no que outros descreveram para ela como a "toca das cobras da política".
Apenas dois ex-chanceleres da Alemanha já receberam a honra -- Konrad Adenauer, o primeiro líder da Alemanha do pós-guerra, e Helmut Kohl, elogiado como um dos principais arquitetos da reunificação alemã.
Merkel é conhecida por conduzir a Alemanha durante a crise financeira global, a crise da dívida da zona do euro e a pandemia do Covid-19, mas tem sofrido críticas por sua postura em relação à Rússia desde a invasão em grande escala à Ucrânia no ano passado.
Em novembro do ano passado, Merkel disse que pretendia convocar negociações europeias com Vladimir Putin um ano antes de sua invasão à Ucrânia, mas no fim das contas não viu possibilidade de influenciar o presidente russo no término de seu mandato.
Como líder veterana na União Europeia, outros aspectos de suas políticas também foram criticados. Isso inclui as decisões de abrir as fronteiras da Alemanha para refugiados em 2015 e de eliminar gradualmente o uso da energia nuclear na matriz energética do país.
(Reportagem de Friederike Heine, Emma-Victoria Farr e Andreas Rinke)