BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, não participará do Fórum Econômico Mundial em Davos neste ano, uma reunião que deverá ser dominada pelo debate sobre a Presidência de Donald Trump nos Estados Unidos e o crescente descontentamento público com as elites e a globalização.
Merkel tem sido uma assídua participante da reunião anual de líderes políticos, presidente-executivos de grandes empresas e celebridades, viajando para o resort nos Alpes suíços sete vezes desde que se tornou primeira-ministra em 2005.
Mas seu porta-voz disse à Reuters que a chanceler decidiu não participar por um segundo ano consecutivo. A conferência deste ano ocorre de 17 a 20 de janeiro sob o lema "Liderança responsável e responsivo". A posse de Trump coincide com o último dia da conferência.
"É verdade que uma viagem a Davos estava sendo considerada, mas nunca a confirmamos, então isso não é um cancelamento", disse o porta-voz.
É a primeira vez que Merkel deixa de ir a Davos dois anos seguidos desde que assumiu o cargo há mais de 11 anos e sua ausência deve decepcionar os organizadores, porque sua reputação como um líder firme e de princípios se encaixa bem com o tema da conferência deste ano.
O governo alemão se recusou a dizer qual conflito de agenda seria o motivo para o não comparecimento, nem disse se a decisão poderia estar ligada ao ataque de caminhão em um mercado de Natal em Berlim que matou 12 pessoas em dezembro.
Mas depois que o voto do Brexit no Reino Unido e a eleição de Trump foram atribuídos à irritação pública crescente com o establishment político e a globalização, os líderes podem estar mais relutantes do que o normal em viajar a uma conferência em um luxuoso resort que se transformou em sinônimo da elite global.
(Por Noah Barkin)