BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, visitará a Turquia no mês que vem para exortar o presidente Tayyip Erdogan a manter o pacto migratório que ele combinou com a União Europeia, informou o jornal Sueddeutsche Zeitung, em uma reação aos temores de que o conflito na Síria desencadeie uma nova onda de refugiados.
No domingo, Erdogan alertou que seu país, que já abriga cerca de 3,7 milhões de refugiados sírios, não conseguiria lidar com uma nova leva de imigrantes se as tentativas sírio-russas de retomar a província rebelde de Idlib provocar a fuga de mais pessoas.
A porta-voz do governo alemão não quis confirmar a reportagem do Sueddeutsche Zeitung nesta quinta-feira, dizendo somente que os planos de viagem de Merkel sempre são anunciados na sexta-feira da semana anterior.
Os dois líderes se encontraram pela última vez em dezembro em Londres, onde debateram a situação na Síria com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Segundo o pacto imigratório de 2015, a Turquia acolhe refugiados que rumam para a Europa em troca de apoio financeiro. Poucos no governo alemão querem ver uma repetição da crise imigratória daquele ano, quando a Alemanha teve que abrir suas portas a mais de 1 milhão de pessoas, a maioria buscando refúgio do conflito sírio.
A onda migratória, a maior vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, transformou as políticas alemãs e europeias, abrindo espaço para políticos anti-imigração de extrema-direita em legislaturas de todo o continente e fomentando a decisão britânica de se separar da UE.
(Por Thomas Escritt)