CIDADE DE MÉXICO (Reuters) - O governo do México expressou nesta segunda-feira preocupação com o que considera presença "excessiva" de profissionais da área de inteligência e de segurança que "vigiam" a embaixada da Bolívia e a residência oficial, dias após o ex-presidente Evo Morales ter deixado o país que lhe deu asilo após renunciar ao cargo na Bolívia.
O México denunciou o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA). Pouco depois, a Missão Permanente do México na OEA detalhou em uma carta que, desde 21 de dezembro, cerca de 150 policiais e agentes de inteligência da Bolívia cercam a residência oficial do México em La Paz.
Ele acrescentou que em 23 de dezembro, como parte das "ações de intimidação", foi feita uma tentativa de parar e inspecionar o veículo do embaixador mexicano no país sul-americano.
As ações, de acordo com a carta dirigida à organização internacional, violam a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, de modo que o México pediu para informar os atos do resto dos países que compõem a organização.
A chancelaria mexicana informou que confia no respeito à inviolabilidade dos imóveis diplomáticos e na garantia e resguardo e na proteção do prédio da missão diplomática, bem como dos funcionário, em cumprimento de compromissos internacionais.
Morales, que renunciou ao cargo em meio a pressões de militares, chegou em novembro ao México, após o governo lhe oferecer asilo e denunciou que o ex-presidente boliviano foi alvo de um golpe de Estado.
No início de dezembro, Morales viajou a Cuba parauna consulta médica e posteriormente foi para a Argentina, onde está na condição de refugiado.
Não foi possível obter de imediato um comentário do governo boliviano, que criticou o asilo temporário do México a Morales. (Por Anthony Espósito)