Por Alexandra Alper e Frank Jack Daniel
WASHINGTON/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México disse nesta segunda-feira que rejeitará a ideia de abrigar todos os refugiados da América Central, caso ela seja proposta pelos Estados Unidos em conversas nesta semana com o governo de Donald Trump, que tem ameaçado impor tarifas ao país vizinho caso os mexicanos não reprimam a imigração ilegal.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na semana passada que vai impor tarifas a produtos mexicanos a partir de 10 de junho, numa tentativa de pressionar o México a lidar com o grande fluxo de migrantes que atravessam o país rumo aos EUA.
A ameaça agitou os mercados globais, que já estão abalados pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. O preço do petróleo caiu nesta segunda-feira depois que as disputas comerciais entre os dois países agravaram as preocupações com o enfraquecimento da demanda petrolífera global.
O ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, disse que o país está comprometido em trabalhar para impedir que imigrantes da América Central alcancem a fronteira com os EUA.
Ele acrescentou, porém, não aceitar uma proposta mais radical cogitada por algumas autoridades norte-americanas, de designar o México como um "terceiro país seguro", o que forçaria os refugiados que buscam asilo nos EUA a fazerem o pedido ainda em território mexicano.
"Um acordo sobre um terceiro país seguro não é aceitável para o México", disse Ebrard a jornalistas em Washington. "Eles ainda não me fizeram a proposta. Mas isso não seria aceitável, e eles sabem disso."
Ebrard vai se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Mile Pompeo, durante as negociações, que devem envolver ainda outras autoridades de alto nível.