CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A Câmara dos Deputados do México aprovou nesta quarta-feira a manutenção do Exército nas ruas do por mais cinco anos, aumentando os temores sobre os esforços do presidente para militarizar a segurança pública do país.
É a segunda medida que aumenta o poder dos militares neste mês, depois que o Senado mexicano aprovou na semana passada a passagem do controle da Guarda Nacional, uma força policial militar criada em 2019, ao Exército .
A nova moção sobre o destacamento de militares, aprovada com 335 votos a favor e 152 contra, deveria expirar em 2024, mas agora se estenderá até 2029.
A medida segue surtos de violência provocada por cartéis em todo o país, com pelo menos 20 lojas de conveniência incendiadas em uma noite de agitação nos Estados centrais de Guanajuato e Jalisco no mês passado.
Ignacio Mier, coordenador do Morena, partido do governo atual, na Câmara, disse que a presença contínua do Exército nas ruas "garantirá a segurança das famílias" e buscará "recuperar a paz e a tranquilidade".
No entanto, o membro da oposição Jorge Romero estava entre os críticos que disseram que aquela era uma medida política.
"Não é do interesse deste governo ter uma polícia civil. O que interessa é militarizar a segurança cidadã", disse Romero.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, prometeu retornar os militares aos seus quartéis enquanto concorria ao cargo em 2018, mas disse depois que mudou de ideia devido à necessidade de combater o crime organizado.
Embora tenha alta aprovação entre os mexicanos, perto de 80%, de acordo com algumas pesquisas, o Exército do país esteve envolvido em vários casos de supostos abusos e violações de direitos humanos.
(Reportagem de Diego Ore)
((Tradução Redação São Paulo))