(Reuters) - A junta que controla Mianmar libertou nesta quarta-feira centenas de pessoas detidas durante sua repressão aos protestos contra a deposição do governo eleito, enquanto empresas de Yangon foram fechadas e ruas ficaram desertas devido a uma greve convocada por ativistas antigolpe.
Vários ônibus repletos de prisioneiros partiram da prisão Insein de Yangon de manhã, disseram advogados e outras testemunhas. As autoridades não disseram quantos prisioneiros foram libertados, e um porta-voz dos militares não atendeu ligações.
"Todos os libertados são aqueles presos devido aos protestos, além das prisões noturnas ou aqueles que estavam fora para comprar algo", disse um membro do grupo de aconselhamento legal, que disse ter visto 15 ônibus saindo.
Entre eles estava Thein Zaw, jornalista da Associated Press que foi preso no mês passado, anunciou a agência de notícias. Segundo ele, o juiz descartou as acusações.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que ao menos duas mil pessoas foram presas em meio à repressão militar aos protestos que irromperam após o golpe de 1º de fevereiro.
Não ficou claro o que levou a junta a soltar os detidos, mas esta enfrenta clamores contínuos de governos e organizações estrangeiros para fazê-lo.
A junta tenta justificar o golpe dizendo que a eleição de 8 de novembro vencida pela Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi foi fraudulenta. Ela deveria participar de outra audiência judicial por videoconferência nesta quarta-feira, mas o chefe de sua equipe legal, Khin Maung Zaw, disse que esta foi remarcada para 1º de abril, o segundo adiamento sucessivo causado por problemas na internet.
(Reportagem Redação Reuters)