Por Lizbeth Diaz
CIUDAD JUAREZ, México (Reuters) - Migrantes ficaram trancados em uma cela enquanto um incêndio se alastrada em um centro de detenção no México matando 39 pessoas, disseram testemunhas e um sobrevivente nesta quarta-feira, enquanto o presidente do México prometeu levar os responsáveis à Justiça.
Todas as vítimas eram do sexo masculino, e o governo do México está sob pressão para descobrir por que eles morreram após as autoridades dizerem que as mulheres migrantes do centro foram retiradas com sucesso.
Um vídeo que circulou nas redes sociais na terça-feira -- aparentando ser uma filmagem de segurança de dentro do centro durante o incêndio -- mostrou homens chutando as grades de uma porta trancada enquanto sua cela se enchia de fumaça.
Três pessoas uniformizadas podem ser vistas passando sem tentar abrir a porta. O ministro do Interior, Adán Augusto López, confirmou a veracidade do vídeo para a mídia mexicana.
Um homem que sobreviveu ao incêndio, um paramédico e um oficial de segurança do governo do estado de Chihuahua, onde fica Ciudad Juarez, disseram que a porta da cela onde os homens estavam detidos permaneceu trancada enquanto o fogo e a fumaça se espalhavam.
Apenas quando os socorristas chegaram é que a porta foi aberta, disseram. Ainda não está claro quanto tempo se passou entre o início do incêndio e a abertura da porta.
O sobrevivente, que recebia oxigênio pelo nariz por inalar fumaça e pediu para não ser identificado por medo de repercussões das autoridades de migração, confirmou a informação em uma mensagem de voz enviada de seu leito de hospital.
As autoridades acreditam que o incêndio, que matou principalmente homens da Guatemala e de outros países da América Central, foi iniciado por migrantes que atearam fogo em colchões em um ato de protesto quando descobriram que seriam deportados.
(Reportagem de Lizbeth Diaz em Ciudad Juarez e Daina Beth Solomon, Dave Graham e Valentine Hilaire na Cidade do México)