BEIRUTE (Reuters) - Milícias sírias apoiadas pelos Estados Unidos disseram ter interrompido temporariamente as operações perto da represa hidrelétrica de Tabqa, no rio Eufrates, nesta segunda-feira, para permitir que engenheiros do governo tenham acesso ao local para realizar obras.
Existe um temor de que a represa tenha sido danificada e que precise de consertos para evitar uma catástrofe em potencial.
As Forças Democráticas da Síria, um grupo de milícias árabes e curdas auxiliadas pela coalizão liderada pelos EUA, vêm enfrentando o Estado Islâmico perto da represa, situada a oeste da cidade síria de Raqqa, como parte de uma campanha para capturar o bastião do grupo militante.
"Para garantir a segurança da represa do Eufrates... decidimos deter as operações nos arredores da represa durante 4 horas", disse a campanha das Forças em Raqqa em um comunicado. A decisão se seguiu a um pedido do departamento de recursos hídricos da Síria, afirmou.
O diretor da Autoridade Geral da Represa do Eufrates do governo sírio, que administrava o enorme projeto anteriormente, culpou os ataques dos EUA nos últimos dois dias pela interrupção dos sistemas internos de controle e por impedir o funcionamento da represa. Ele alertou sobre riscos crescentes que podem levar a inundações e futuros rompimentos.
Neste ano a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o perigo de inundações catastróficas da represa, que está ameaçada pelo alto nível das águas, pela sabotagem deliberada do Estado Islâmico e por novos danos provocados por ataques aéreos da coalizão.
A represa, a maior do país, se estende ao longo de 4,5 quilômetros do rio Eufrates. O Estado Islâmico dominou a represa e uma base aérea próxima, localizada cerca de 40 quilômetros rio acima a partir de Raqqa, no auge de sua expansão na Síria e no Iraque em 2014.
Mais cedo, um porta-voz das Forças negou que os bombardeios da coalizão tenham danificado a estrutura.
(Por Ellen Francis)