Por Lucila Sigal
BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente da Argentina, Javier Milei, cantou músicas de Elvis Presley, nesta segunda-feira, enquanto criticava autoridades argentinas que ele chamou de "traidores" por desafiá-lo em uma votação sobre o embargo econômico a Cuba na Organização das Nações Unidas (ONU).
Em uma entrevista pouco convencional à revista Ciudad, que incluiu um longo debate sobre música, Milei falou abertamente sobre a demissão abrupta de sua ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, na semana passada, depois que ela votou a favor do fim do embargo norte-americano contra Cuba.
Milei, um ícone da extrema-direita global, é declaradamente pró-Estados Unidos e tem adotado uma postura mais fria em relação aos parceiros comerciais de esquerda na região e no exterior, incluindo medidas para distanciar a Argentina de Cuba e da Venezuela.
Na entrevista desta segunda-feira, Milei sugeriu que procuraria demitir quaisquer outros funcionários envolvidos na votação a favor do fim do regime de sanções de décadas contra Cuba -- uma resolução que só foi rejeitada pelos Estados Unidos e por Israel.
"Todas as pessoas que estiveram envolvidas nessa decisão, eu sou a favor de expulsar todos eles. São traidores do país", disse. "A política externa é definida pelo presidente, não se pode votar em qualquer coisa".
Milei, um ex-comentarista de TV libertário que venceu a eleição no ano passado frequentemente empunhando uma motosserra em eventos de campanha como símbolo do seu plano de cortes de gastos, cantou "Unchained Melody" e "Let It Be Me", de Elvis Presley, acrescentando que tinha "100 discos de Elvis".
O extravagante economista tem um gosto pelo espetáculo. Ele já cantou em shows de rock enquanto presidente, criticou o papa Francisco e uma vez se vestiu de super-herói para enfrentar os "Keynesianos".
A entrevista foi conduzida pela atual parceira de Milei, a atriz e jornalista Amalia Yuyito González, que repetidamente disse ao presidente que o amava durante a conversa e terminou a conversa com um beijo.