BARCELONA (Reuters) - A expectativa é que milhares de pessoas comemorem o Dia Nacional da Catalunha nesta segunda-feira, em uma manifestação em Barcelona, em um momento em que partidos separatistas da região espanhola estão na posição de fiel da balança dos esforços para formação de um governo nacional na Espanha.
Nos últimos anos, o comparecimento aos eventos de La Diada, como é conhecido o Dia Nacional, caiu à medida que o apoio à separação da Catalunha em relação à Espanha diminuiu.
Mas os dois partidos catalães estão agora no meio de negociações para formar um novo governo e esperam que as conversas possam impulsionar a causa da independência antes das eleições regionais de 2025.
O primeiro-ministro em exercício da Espanha, Pedro Sánchez, precisará dos sete parlamentares do partido conservador de linha dura Junts per Catalunya e dos sete votos do partido mais moderado Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) para formar um governo após uma eleição geral inconclusiva em julho.
Depois que o líder exilado do Junts, Carles Puigdemont, insistiu na semana passada em uma anistia para os líderes pró-independência como condição para as conversações, seu rival no ERC, Pere Aragones, deu um passo adiante no domingo, levantando o espectro de um referendo.
"Uma anistia por si só não resolverá o conflito de soberania com o Estado. A Catalunha quer um voto livre sobre a independência", disse Aragones, que é presidente da região, no domingo, em Barcelona.
Puigdemont, que vive na Bélgica como fugitivo da Justiça espanhola por ter tentado a secessão há cinco anos, estabeleceu condições difíceis para o apoio de seu partido no Parlamento para que Sánchez permaneça no poder.
"Qualquer acordo político que alcançarmos, qualquer proposta que fizermos, será para nos aproximarmos do objetivo de cada nação, que é ser um Estado livre e independente", disse o secretário-geral do Junts, Jordi Turull, em um evento ligado ao La Diada nesta segunda-feira.
Na semana passada, Puigdemont pediu que a Espanha abandonasse as ações judiciais contra os separatistas, embora não tenha exigido uma votação sobre a independência.
Em julho, uma pesquisa publicada pelo Centro Catalão de Opinião Pública, operado pelo governo regional, revelou que 52% se opunham à separação da Espanha, enquanto 42% apoiavam a independência.
(Reportagem de Graham Keeley e Inti Landauro)