(Reuters) - Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em todo o Oriente Médio e em partes da Ásia, da Europa e dos Estados Unidos nesta sexta-feira, para apoiar os palestinos e condenar Israel, à medida que o país intensifica os ataques à Faixa de Gaza, em retaliação ao Hamas.
Por outro lado, comunidades judaicas nos Estados Unidos, na França e em outros lugares realizaram manifestações de solidariedade a Israel após o ataque do Hamas, o mais mortal contra civis israelenses nos 75 anos de história do país.
Há um forte apoio e simpatia por Israel por parte dos governos ocidentais e de muitas pessoas devido aos ataques promovidos pelo Hamas, mas a resposta de Israel também despertou raiva, especialmente em países árabes e muçulmanos.
Na Turquia, multidões se reuniram em frente às mesquitas gritando contra Israel e saudando o Hamas. Na cidade de Diyarbakir, no sudeste, o empresário Mikail Bakan, de 46 anos, disse: “Todo o mundo muçulmano precisa se unir contra Israel”.
Em Nablus, na Cisjordânia ocupada por Israel, jovens incendiaram ruas e entraram em confronto com os militares israelenses. Uma enorme bandeira palestina foi hasteada num protesto em Roma, e ocorreram manifestações em outra cidades europeias, como em Braband, na Dinamarca, e em Berlim, na Alemanha, onde alguns manifestantes foram detidos pela polícia.
A Alemanha e a França proibiram as manifestações pró-Palestina e vários países ocidentais afirmaram ter reforçado a segurança nas sinagogas e em escolas judaicas temendo que os protestos pudessem levar à violência.
O Hamas, que governa Gaza, convocou os palestinos a protestarem contra o bombardeio de Israel ao enclave bloqueado.
Nos Estados Unidos, os manifestantes mostraram solidariedade com ambos os lados do conflito. Grandes cidades, de Nova Iorque a Los Angeles, reforçaram o policiamento em bairros judeus e muçulmanos.
Em Bagdá, na sexta-feira, dezenas de milhares de iraquianos se manifestaram no centro da Praça Tahrir, agitando bandeiras palestinas e queimando a bandeira de Israel, enquanto gritavam palavras anti-EUA e slogans anti-israelenses.
“Estamos prontos para nos juntarmos à luta e para livrar os palestinos das atrocidades israelenses”, disse Muntadhar Kareem, professor de 25 anos.
Manifestações organizadas pelo Estado foram realizadas em todo o Irã -- cujo governo é o principal apoiador do Hamas e um dos principais inimigos de Israel -- em apoio ao grupo militante, informou a TV estatal.
O povo judeu fará vigílias e manifestações em apoio a Israel. Em Varsóvia, o rabino-chefe da Polônia, Michael Schudrich, fará uma oração pela paz. Os membros da comunidade judaica da França se reunirão na maior sinagoga de Paris para o Sabbath.
(Reportagem dos escritórios da Reuters; texto de Angus MacSwan)