SANAA (Reuters) - Iemenitas da cidade de Taiz e da capital Sanaa realizaram nesta quarta-feira as maiores manifestações até o momento contra o domínio de uma milícia xiita depois que Estados Unidos, Grã-Bretanha e França fecharam suas embaixadas no Iêmen por conta dos temores de segurança.
Rebeldes armados do grupo houthi apreenderam mais de 20 veículos dos EUA após o embaixador e diplomatas deixarem o país, informou a equipe local à Reuters. Funcionários da embaixada já haviam destruído armas, computadores e documentos, acrescentaram as fontes.
Apoiado pelo Irã, o movimento houthi chamou a tomada de poder de "revolução" e diz querer livrar o país da corrupção e do perigo econômico.
Há tempos o Iêmen está na linha de frente da guerra liderada pelos EUA contra a Al Qaeda, mas a aliança de longa data entre Washington e Sanaa parece estar encerrada por hora.
Na terça-feira, os EUA interromperam o trabalho em sua embaixada e retiraram seu corpo diplomático, e Grã-Bretanha e França seguiram o exemplo nesta quarta-feira.
Os funcionários da representação alemã disseram que sua missão também está se desfazendo de documentos sigilosos e que fechará em breve.
Os houthis, que ocuparam Sanaa em setembro e assumiram o poder formalmente na semana passada, são agressivamente anti-norte-americanos, e entoam "Morte à América" em suas passeatas. Seu líder, Abdel Malik al-Houthi, também criticou o que chama de inteferência ocidental no Iêmen.
"Ações unilaterais recentes interromperam o processo de transição política no Iêmen, criando o risco de que uma retomada da violência ameace os iemenitas e a comunidade diplomática em Sanaa", declarou porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki.
(Por Mohammed Ghobari)