Por Alicja Ptak e Alan Charlish
VARSÓVIA (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas de toda Polônia participaram de uma passeata em Varsóvia, nesta sexta-feira, na maior manifestação em nove dias de protestos contra uma decisão judicial da semana passada que resultou na proibição quase total de aborto no país predominantemente católico.
Desafiando as regras rígidas que restringem as reuniões a cinco pessoas durante a pandemia do coronavírus, os manifestantes caminharam pelas ruas do centro de Varsóvia carregando guarda-chuvas pretos --um símbolo dos protestos pelo direito ao aborto na Polônia, e faixas que diziam "Você não terá que andar sozinha" e "Deus é uma mulher".
A polícia militar se enfileirou nas ruas, com alguns agentes usando equipamentos de choque, quando a manifestação começou.
Organizadores disseram que cerca de 100.000 pessoas se reuniram na capital, após uma decisão da Corte Constitucional que proibiu o aborto por defeito fetal --acabando com o mais comum dos poucos direitos ao aborto na Polônia.
Protestos diários ocorreram em vilas e cidades em todo o país na semana passada e se transformaram em uma onda de indignação contra o governo nacionalista do Partido Lei e Justiça (PiS) e a Igreja Católica.
A nova decisão judicial significa que as mulheres só poderão interromper a gravidez legalmente em caso de estupro, incesto ou ameaça à saúde.