JOHANESBURGO (Reuters) - Crianças de até 11 anos estão sendo decapitadas em Moçambique, disse o grupo humanitário britânico Save the Children nesta terça-feira, parte das ações de uma insurgência islâmica que já matou milhares de pessoas e forçou muitas mais a fugirem de casa.
A Save the Children disse que conversou com famílias deslocadas que descreveram "cenas aterrorizantes" de assassinato, inclusive mães cujos filhos foram mortos. Em um caso, uma mulher desamparada se escondeu com os três outros filhos enquanto seu menino de 12 anos era assassinado nas proximidades.
Outra mãe, uma mulher de 29 anos que a Save the Children identificou como Amelia, disse que o filho só tinha 11 anos quando foi morto por homens armados.
A Reuters não conseguiu contatar de imediato a polícia ou o governo de Moçambique para obter comentários.
Desde 2017, Cabo Delgado, uma província do extremo norte do país, está sendo assolada por uma insurgência ligada ao Estado Islâmico que se intensificou dramaticamente no último ano.
Embora as decapitações sejam um padrão dos ataques, ao longo de 2020 os insurgentes começaram a confrontar os militares com frequência para capturar e ocupar cidades importantes. A brutalidade também continuou, e os massacres incluíram o assassinato de cerca de 52 pessoas de uma vez no vilarejo de Xitaxi em abril.
"A violência tem que parar, e as famílias deslocadas precisam ser apoiadas enquanto reencontram seu norte e se recuperam do trauma", disse Chance Briggs, diretor da Save the Children em Moçambique.
(Por Emma Rumney; reportagem adicional de Manuel Mucari e William Maclean)