Por Paul Lorgerie e David Lewis
BAMAKO (Reuters) - Oficiais militares do Mali detiveram presidente, primeiro-ministro e ministro da Defesa do governo interino do país nesta segunda-feira, aprofundando o caos político apenas meses após um golpe militar derrubar o presidente anterior, afirmaram várias fontes à Reuters.
O presidente Bah Ndaw, o primeiro-ministro Moctar Ouane e o ministro da Defesa Souleymane Doucoure foram levados à base militar de Kati, nos arredores da capital Bamako, horas depois de dois membros das Forças Armadas perderem suas posições em um rearranjo do governo, disseram fontes diplomáticas e do governo.
As detenções seguiram à deposição militar em agosto do presidente Ibrahim Boubacar Keita. As trocas de poder podem exacerbar a instabilidade no país da África Ocidental, onde grupos islâmicos violentos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico controlam grandes áreas do deserto ao norte.
A instabilidade política e os conflitos internos militares complicam os esforços de potências ocidentais e países vizinhos para ajudar o empobrecido país, o que contribui com a insegurança regional.
Ndaw e Ouane foram encarregados de supervisionar uma transição de 18 meses de volta a um governo civil, após o golpe em agosto, mas eles parecem ter sido contra o controle de vários cargos importantes pelos militares.
"A demissão de alguns dos pilares do golpe foi um enorme erro de julgamento", disse uma ex-autoridade política do Mali à Reuters. "As ações provavelmente têm o objetivo de devolvê-los às suas posições".
A missão das Nações Unidas no Mali apelou pela libertação "imediata e incondicional" do grupo e disse que aqueles que detiveram os líderes terão de responder por suas ações.
(Reportagem de David Lewis e Paul Lorgerie)