GENEBRA (Reuters) - Facções armadas na República Centro-Africana concordaram em libertar todos os soldados crianças e outros menores que podem ter sido usados como cozinheiros ou mensageiros, ou ainda para fins sexuais, disse o Unicef nesta terça-feira.
O acordo abrange um número estimado de 6.000 a 10.000 crianças. Os oito principais grupos de milícias também concordaram em acabar com qualquer recrutamento de crianças, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
"Este é um grande passo em frente para a proteção das crianças neste país", disse Mohamed Malick Fall, enviado do Unicef para a República Centro-Africana.
"A República Centro-Africana é um dos piores lugares do mundo para ser uma criança e o Unicef está ansioso para trabalhar com as autoridades locais para ajudar a reintegrar essas crianças às suas famílias."
O acordo foi assinado durante um fórum de reconciliação nacional de uma semana que visa acabar com um ciclo de conflito sectário que já matou milhares de pessoas e levou mais de 1 milhão a abandonar suas casas. O país agora é dividido em linhas sectárias, com uma área controlada pelo governo, de predomínio cristão, no sul, e uma parte ao norte, muçulmana, sob o domínio de grupos rebeldes.
(Reportagem de Tom Miles)