Por Joachim Dagenborg e Gwladys Fouche
OSLO (Reuters) - A ministra da Justiça da Noruega, Sylvi Listhaug, renunciou nesta terça-feira para evitar o colapso do governo de minoria depois de causar furor com comentários nos quais acusou a oposição de ser muito leniente com suspeitos de terrorismo.
Sylvi provavelmente seria derrotada em uma moção de confiança no Parlamento ainda nesta terça-feira devido às suas postagens no Facebook, que poderiam ter derrubado o governo. Sua decisão de deixar o cargo desarmou a pior crise política norueguesa em anos.
"A escolha (de renunciar) foi somente minha, e fiz o que acredito ser certo", disse Sylvi em uma coletiva de imprensa, acrescentando que o processo era "uma caça às bruxas".
Sylvi, do Partido do Progresso, já havia causado revolta no início deste mês por acusar o opositor Partido Trabalhista de colocar "os direitos dos terroristas" à frente da segurança nacional, um tópico particularmente delicado para a sigla rival, que em 2011 foi vítima de um massacre a tiros cometido pelo militante de extrema-direita Anders Behring Breivik.
Sylvi fez os comentários depois que os trabalhistas e os cristãos democratas ajudaram a derrotar um projeto de lei que daria ao Estado o direito de privar indivíduos da cidadania norueguesa sem análise judicial se eles fossem suspeitos de terrorismo ou de filiação a grupos militantes estrangeiros.