LONDRES (Reuters) - O ministro da Grã-Bretanha no Oriente Médio, Andrew Murrison, visitará o Irã no domingo para conversas "francas e construtivas", disse o Ministério das Relações Exteriores, em meio à escalada de tensão entre Teerã e Washington após a queda de um avião não-tripulado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que abortou um ataque militar para retaliar o incidente com os drones porque poderia ter matado 150 pessoas e sinalizou que estava aberto a conversas com Teerã.
O Irã afirmou neste sábado dizendo que responderia firmemente a qualquer ameaça contra ele, informou a agência de notícias semi-oficial Tasnim.
"Neste momento de aumento das tensões regionais e em um período crucial para o futuro do acordo nuclear, esta visita é uma oportunidade para um engajamento mais aberto, franco e construtivo com o governo do Irã", disse o Ministério das Relações Exteriores britânico em um comunicado.
Murrison, um ministro júnior no Ministério das Relações Exteriores, pedirá um urgente recuo na região e levantará preocupações sobre "a conduta regional do Irã e sua ameaça de deixar de cumprir o acordo nuclear com o qual o Reino Unido continua totalmente comprometido", disse o comunicado.
A Grã-Bretanha é um dos seis signatários estrangeiros do acordo de 2015 com o Irã, no qual a República Islâmica concordou em paralisar seu programa nuclear em troca de uma suspensão das sanções econômicas.
Trump, no entanto, tirou os Estados Unidos do acordo e voltou a impor sanções a Teerã. Os três signatários europeus, que também incluem Alemanha e França, vêm tentando, junto com a Rússia e a China, salvar o acordo.
O Irã disse que não dará mais tempo às potências européias além de 8 de julho para salvar o acordo nuclear. O país disse estar pronto para continuar com a ameaça de enriquecer urânio a um nível mais alto se a Europa não puder proteger Teerã das sanções dos Estados Unidos.
(Reportagem de Alistair Smout)