DUBAI (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Irã embarca em viagem às principais potências do mundo neste sábado, informou a imprensa estatal iraniana, no que é visto como a última cartada para salvar o acordo nuclear de Teerã depois da saída de Washington do pacto.
O presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo na última terça-feira, aumentando o risco de conflito no Oriente Médio, irritando seus aliados europeus e jogando incerteza sobre a oferta de petróleo no mundo.
O Irã disse que permaneceria comprometido ao acordo mesmo sem a participação de Washington se Teerã conseguir atingir seus objetivos --principalmente a proteção contra sanções em setores-chaves da economia, como petróleo-- em cooperação com outros países que assinaram o acordo.
O presidente Hassan Rouhani disse que pediu que o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, negocie com países europeus, com a China e a Rússia nas próximas semanas. "Se no final deste curto período, nós concluirmos que podemos nos beneficiar completamente do acordo nuclear, então o combinado permanece", disse ele.
Zarif deve deixar o país rumo a Pequim neste sábado e deve viajar depois para a Rússia. Ele então deve ir para Bruxelas se encontrar com os representantes de Alemanha, Reino Unido e França sobre "o destino do acordo nuclear", disse a televisão estatal iraniana.
"O Irã pediu à União Europeia e particularmente à Alemanha, França e Reino Unido que anunciem o mais rápido possível suas posições sobre como os interesses do Irã possam ser cumpridos e garantidos de acordo com o acordo nuclear depois da retirada da América", disse uma reportagem da TV.
As maiores economias europeias buscaram proteger investimentos de suas empresas no Irã na sexta-feira, tentando manter vivo o acordo com Teerã depois de Washington se retirar e ameaçar impor sanções a empresas europeias.
Alemanha e França tem ligações comerciais significativas com o Irã e continuam comprometidas com o acordo nuclear, assim como o Reino Unido, e os ministros de Relações Exteriores se encontrarão na terça-feira para discutir o que será feito.
O encontro é resultado das tumultuadas atividades diplomáticas que seguem a retirada unilateral de Trump do que chamou de um "acordo horrível, unilateral", medida acompanhada por ameaças de penas contra qualquer empresa estrangeira que tenha negócios com o Irã.