KUTUPALONG, Bangladesh (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido abordará o caso de dois jornalistas da Reuters presos em Myanmar junto ao líder do país, Aung San Suu Kyi, neste domingo, referindo-se a uma reportagem de autoria dos jornalistas sobre a violência contra a maioria muçulmana Rohingya.
"É vital que o público saiba o que aconteceu e o mundo sabe o que aconteceu em Rakhine e quem foi responsável", disse o secretário de Estado das Relações Exteriores Boris Johnson à Reuters no campo de refugiados de Kutupalong em Bangladesh.
Quase 690 mil Rohingya fugiram do estado de Rakhine, em Myanmar, e foram para Bangladesh desde agosto, quando ataques de insurgentes a postos de segurança causaram uma repressão militar que as Nações Unidas disseram que pode corresponder a genocídio.
Uma reportagem especial da Reuters publicada esta semana discorre sobre os eventos que levaram à morte de 10 homens Rohingya no vilarejo de Inn Din no estado de Rakhine e foram enterrados em uma vala comum após terem sido agredidos até a morte ou baleados por vizinhos budistas e soldados.
A investigação da Reuters sobre o massacre de Inn Din foi o que causou a prisão de dois repórteres da agência. Os cidadãos birmaneses Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram presos em 12 de dezembro por alegações de que teriam obtido documentos confidenciais.
Os promotores querem enquadrar Wa Lone e Kyaw Soe Oo nos termos da Lei de Segredos Oficiais de Myanmar, que é do tempo do domínio colonial britânico e prevê uma sentença de 14 anos de prisão, no máximo.
Referindo-se à reportagem da Reuters, Johnson disse: "é uma reportagem brilhante, que fornece um testemunho muito, muito importante e sobre a qual eu falarei amanhã, pode ter certeza, com o conselheiro de estado e Daw Aung San Suu Kyi e outros. Eu também falarei sobre o caso dos dois jornalistas presos".
(Por Andrew Marshall) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20180210T172031+0000