Por Ananda Teresia
(Reuters) - Ministros das Relações Exteriores do Sudeste Asiático pressionaram nesta segunda-feira pelo fim do conflito sangrento em Mianmar e expressaram unidade em seu apoio a um plano de paz regional e a uma "solução liderada e de propriedade de Mianmar" para a crise.
Em uma declaração após reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), os ministros apoiaram os esforços do novo enviado especial para a crise, do Laos, para "alcançar as partes envolvidas" e expressaram confiança em sua determinação de ajudar o povo de Mianmar.
Mianmar está envolvida em um conflito desde que os militares tomaram o poder em um golpe em 2021 que provocou caos em todo o país e encerrou abruptamente uma década de tentativa de democracia e reforma econômica.
O novo enviado especial, Alounkeo Kittikhoun, encontrou-se com o chefe da junta durante uma visita a Mianmar neste mês, de acordo com a mídia estatal. Asean e Laos ainda não fizeram um anúncio sobre essa viagem e não está claro se ele se encontrou com algum grupo anti-junta.
"Reafirmamos o compromisso da Asean de ajudar Mianmar a encontrar uma solução pacífica, abrangente e duradoura para a crise atual", disseram os ministros no comunicado.
"Reafirmamos a unidade da Asean e reiteramos que qualquer esforço deve ser apoiado, de acordo com o (plano de paz) e em coordenação com a presidência", afirmaram, pedindo a cessação da violência e a contenção para permitir o acesso humanitário.
A Asean tem enfrentado discórdia interna sobre como lidar com a crise.
A junta tem lutado em várias frentes para acabar com uma rebelião de milícias pró-democracia aliadas a um governo paralelo e a exércitos de minorias étnicas, chamando-os de "terroristas" e recusando-se a negociar com eles. Mais de 2 milhões de pessoas foram deslocadas.
(Reportagem de Ananda Teresia, em Jacarta, Panu Wongcha-um, em Bangcoc)
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS TR