BAKU (Reuters) - O Azerbaijão convidou uma missão da ONU para visitar a região de Nagorno-Karabakh "nos próximos dias", disse o Ministério das Relações Exteriores do país nesta sexta-feira, em meio a um êxodo em massa de armênios étnicos da região após uma ofensiva militar relâmpago do Azerbaijão.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou que uma missão da organização, liderada por uma autoridade humanitária da ONU, viajaria para Nagorno-Karabakh neste fim de semana -- no primeiro acesso do órgão mundial à região em cerca de 30 anos.
"Enquanto estiver lá, a equipe vai procurar avaliar a situação no terreno e identificar as necessidades humanitárias tanto para as pessoas que permanecem como para as pessoas que estão em movimento", disse Dujarric a repórteres nesta sexta-feira, pedindo a todos que respeitem o direito internacional.
"O foco será nas questões humanitárias e também, como parte disso, nas questões de proteção", disse ele.
Os Estados Unidos e outros fizeram um apelo a Baku para permitir a entrada de monitores internacionais em Karabakh devido a preocupações sobre possíveis violações dos direitos humanos. A Armênia acusa o Azerbaijão de limpeza étnica em Karabakh, algo que Baku nega veementemente.
"A visita permitirá (à missão) conhecer as atuais atividades humanitárias realizadas pelo Azerbaijão na região", afirmou o ministério em comunicado.
"Além disso, será mostrado aos membros do grupo o processo de reconstrução de certas infraestruturas, desarmamento e confisco de munições das forças armadas armênias ilegais, bem como os perigos representados pelas minas", acrescentou.
Mais cedo, um funcionário do governo do Azerbaijão disse que a mídia também teria permissão para visitar a região, que é vista internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas que era administrada por um Estado dissidente, de etnia armênia, desde a década de 1990.