Por Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, sugeriu nesta segunda-feira conversas de alto nível para resolver uma disputa política e comercial crescente com o Japão durante uma reunião com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, informou a porta-voz de Moon.
Os dois líderes tiveram uma conversa de 11 minutos nos bastidores da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Bancoc, disse a porta-voz Ko Min-jung em um comunicado.
A reunião ocorreu em um momento no qual as relações atingiram seu ponto mais baixo em décadas, algo explicado pelo fato de o principal tribunal sul-coreano ter ordenado no ano passado que empresas japonesas indenizem algumas trabalhadoras forçadas dos tempos de guerra.
"Ambos os líderes reafirmaram o princípio de que questões bilaterais deveriam ser resolvidas por meio do diálogo", disse Ko, referindo-se às conversas de trabalho entre os ministros das Relações Exteriores das duas nações.
"O presidente Moon ofereceu conversas de nível mais elevado, se necessário, e o primeiro-ministro Abe sugeriu que se busque uma resolução através de todos os meios disponíveis".
Os dois líderes concordaram que seus laços são importantes e que a disputa deveria ser solucionada através do diálogo, noticiou a emissora japonesa NHK.
Abe também expressou condolências pela morte da mãe de Moon na semana passada, de acordo com a NHK.
Como a desavença respingou em questões de segurança e comércio, Moon e Abe não realizam uma cúpula há mais de um ano, embora tenham trocado um aperto de mão na reunião do G20, sediada pelo Japão em junho.
Moon enviou o premiê Lee Nak-yon a Tóquio no mês passado para acompanhar a cerimônia de entronização do imperador Naruhito e entregar uma carta pessoal na qual pede esforços para reparar os laços.
Mas houve poucos sinais de progresso. Abe reiterou a Moon que a questão do trabalho forçado durante a guerra foi resolvida por um tratado de 1965 que normalizou as relações após o período de colonização japonesa de 1910-45, disse a NHK.
(Reportagem adicional de William Mallard em Tóquio)