Por Nate Raymond
BOSTON (Reuters) - Um homem de Massachusetts se declarou culpado nesta segunda-feira das acusações de ameaçar matar judeus e bombardear uma sinagoga, e promotores dos EUA disseram que o caso reflete uma crescente onda nacional de antissemitismo desde o início da guerra Israel-Hamas em Gaza no ano passado.
Durante uma audiência no Tribunal Federal de Boston, John Reardon declarou-se culpado de ameaçar bombardear a Congregação Agudas Achim e ameaçar matar crianças em uma mensagem de voz deixada na sinagoga em Attleboro, Massachusetts, em janeiro.
Ele foi acusado durante o que o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, chamou de aumento "impressionante" de ameaças a judeus e instituições judaicas desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1,2 mil israelenses e foi o estopim da atual guerra em Gaza.
A campanha de 13 meses de Israel matou mais de 44.000 pessoas em Gaza e deslocou quase toda a população do enclave pelo menos uma vez, de acordo com as autoridades de Gaza.
Os promotores disseram que em sua mensagem de voz de dois minutos, Reardon, de 59 anos, disse: "se vocês podem matar os palestinos, nós podemos matá-los" e "vocês percebem que apoiar o genocídio significa que é OK as pessoas cometerem genocídio contra vocês".
No mesmo dia, Reardon telefonou para outra sinagoga no Estado e deixou uma mensagem de voz ameaçando "matar todos os judeus" e pisar em seus bebês mortos no chão", de acordo com documentos de acusação.
Ele se declarou culpado de acusações relacionadas a ameaças referentes a essas ligações, assim como de uma acusação de perseguição relacionada a comunicações eletrônicas durante três meses que causaram sofrimento emocional aos funcionários do consulado israelense em Boston.
Ele foi preso em janeiro pela polícia local após as ligações para as sinagogas, e os promotores federais apresentaram acusações logo em seguida.
Como parte do acordo de confissão de culpa, os promotores concordaram em recomendar que Reardon, de Millis, Massachusetts, seja sentenciado a até 2 anos e meio de prisão. A juíza federal dos EUA Julia Kobick marcou o anúncio de sua sentença para 14 de agosto.
O advogado de Reardon não respondeu a um pedido de comentário.
(Reportagem de Nate Raymond em Boston)