Por Luis Valentin Ortiz
SAN JUAN, Porto Rico (Reuters) - Muitos moradores de Porto Rico enfrentaram um segundo dia sem eletricidade nesta quarta-feira depois que o pior terremoto em mais de um século na ilha desligou a maior usina de energia, derrubou casas e matou ao menos uma pessoa.
As escolas de Porto Rico foram fechadas nesta quarta-feira, e todos os servidores públicos ficaram em casa, com exceção dos policiais e dos funcionários da saúde, enquanto engenheiros analisavam a segurança dos edifícios após o sismo de magnitude 6,4 de terça-feira e dos fortes tremores secundários.
Alguns moradores do sul da ilha, que foi afetado duramente, levaram as camas para o lado de fora na noite de terça-feira e dormiram a céu aberto, temendo que suas casas desmoronassem se outro terremoto ocorresse após uma semana de tremores, disse a governadora Wanda Vázquez aos repórteres.
Quase toda a ilha de mais de 3 milhões de habitantes ficou sem luz, e só 100 mil consumidores tinham energia no final da noite de terça-feira, de acordo com a agência elétrica AEE.
A agência se apressou em religar as usinas de energia, que se desligaram automaticamente por segurança durante o sismo. A grande usina de Costa Sur sofreu "danos sérios" e foi desativada, disse Vázquez depois de declarar um estado de emergência.
A eletricidade deve voltar à maior parte da ilha dentro de 24 a 48 horas, contanto que não aconteçam mais terremotos, explicou.
"Toda Porto Rico viu a devastação deste terremoto", disse Vázquez, que tomou posse em agosto depois que Ricardo Rossello renunciou devido aos grandes protestos de rua contra seu governo.
Cerca de 750 pessoas passaram a noite em abrigos nas cidades do sul mais abaladas pelo terremoto, relatou o governo. Imagens de televisão mostraram casas derrubadas e prédios de apartamentos com rachaduras profundas nas fachadas em comunidades como Guánica e Ponce.
Água engarrafada, pilhas e lanternas ficaram escassas nos supermercados da capital San Juan, e longas filas se formaram diante dos postos de combustível. Geradores mantiveram o aeroporto internacional da cidade funcionando.
Porto Rico está acostumados a lidar com furacões, mas terremotos fortes são raros na ilha. O território ainda se recupera dos furacões Irma e Maria de 2017, que mataram cerca de 3 mil pessoas e destruíram parte considerável da infraestrutura.