Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a extradição de brasileiros que estão na Argentina e se envolveram nos atos do 8 de janeiro de 2023, quando um grupo depredou as sedes dos Três Poderes em Brasília, segundo a assessoria da corte e duas fontes da Polícia Federal e uma do Ministério da Justiça com conhecimento do caso.
Ao todo, foram requeridas a extradição de 63 brasileiros que estão no país vizinho suspeitos de participação nos atos golpistas, conforme a fonte do ministério.
A PF foi quem fez a solicitação ao STF, segundo as fontes. Pelo trâmite, Moraes encaminhou ao Ministério da Justiça e o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da pasta vai analisar se o caso está de acordo com os tratados internacionais.
Se a avaliação for positiva, o caso seguirá do Ministério da Justiça para o Ministério das Relações Exteriores, que fará o contato com autoridades argentinas.
Em junho, a Reuters mostrou que autoridades da PF calculavam que entre 50 a 100 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acusados de vandalismo e insurreição fugiram para a Argentina depois que Javier Milei assumiu a Presidência do país em dezembro.
A maioria dos fugitivos já foi julgada e condenada pela Suprema Corte e enfrenta sentenças severas, incluindo até 17 anos de prisão por planejar um golpe de Estado, disse na ocasião um graduado policial envolvido na investigação.
O Brasil havia pedido à polícia argentina que identificasse o paradeiro e a situação deles no país antes de decidir solicitar a extradição, disseram as autoridades policiais. Os fugitivos tinham restrições de movimento determinadas pela Justiça e alguns quebraram tornozeleiras eletrônicas que haviam sido colocadas.