Por David Adams
MIAMI (Reuters) - O tenente-general brasileiro José Luiz Jaborandy Jr., chefe da força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti, morreu de ataque cardíaco a bordo de um avião de Miami para o Brasil no domingo, afirmou a ONU em comunicado.
A morte de Jaborandy ocorre no momento em que a ONU vem diminuindo o tamanho de sua força no Haiti e que a empobrecida nação caribenha aprende a confiar em sua própria força policial civil.
A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota que "o general Jaborandy contribuiu com sua dedicação, profissionalismo e espírito de liderança para os esforços de preservação da paz e da segurança na nação-irmã do Haiti".
Jaborandy foi o segundo comandante brasileiro da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) a morrer enquanto ocupava o cargo.
Em 2006, o tenente-general Urano Teixeira da Matta Bacellar foi encontrado morto em um hotel de luxo na capital do país com uma ferida de tiro autoinfligido na cabeça.
O vice-chefe brasileiro da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, também integra as estatíticas de funcionários da ONU que morreram durante um terremoto em janeiro de 2010 que devastou a capital, Porto Príncipe, destruindo os escritórios da organização.
Em comunicado, o porta-voz do secretário-geral da entidade internacional, Ban Ki-moon, disse que Ban agradecia a Jaborandy pela "sua liderança e dedicação à causa da paz".
A Minustah foi criada em 2004 depois que o então presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, foi expulso do poder por uma rebelião armada.
Atualmente há 2.338 soldados e 2.239 policiais da ONU no país, bem abaixo do pico de contingente de 13.300 soldados e policiais, a maioria da América Latina. O Brasil é o país com maior participação na missão, com cerca de 850 soldados de infantaria, além de oficiais militares.
(Reportagem adicional de Peter Granitz, em Porto Príncipe)