Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - O presidente da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, importante nome na transição democrática do país após uma revolução em 2011, morreu nesta quinta-feira após ser levado a um hospital militar na véspera, informou a Presidência.
Figura de liderança desde 2011, Essesbi fora hospitalizado no fim de junho e passou uma semana internado após sofrer o que autoridades descreveram como uma severa crise de saúde.
"Na manhã desta quinta-feira, o presidente da República morreu em um hospital militar em Túnis... O velório será anunciado mais tarde", informou a Presidência em comunicado.
De acordo com a Constituição, o presidente do Parlamento assumirá temporariamente o governo do país.
Essebsi foi um político proeminente na Tunísia desde a deposição do autocrata veterano Zine El-Abidine Ben Ali em 2011, que desencadeou levantes contra líderes autoritários no Oriente Médio, incluindo a Líbia e o Egito.
Eleições parlamentares devem ocorrer em 6 de outubro, seguidas por uma votação presidencial em 17 de novembro. Essa será a terceira vez que a população do país poderá votar livremente desde a revolução de 2011.
Essebsi tinha poderes limitados em comparação a Ben Ali, sendo responsável principalmente pelas políticas de relações exteriores e defesa.
A Tunísia tem se destacado por ser a única democracia de sucesso relacionada à Primavera Árabe, estabelecendo nova Constituição e eleições livres em 2011 e 2014.
No entanto, o avanço político não coincidiu com o progresso econômico. O desemprego está em torno de 15%, um aumento em relação aos 12% de 2010, devido a um baixo crescimento e poucos investimentos.
Após a derrubada de Ben Ali, Essesbi liderou a transição imediata como primeiro-ministro em 2011. Ele foi eleito presidente três anos depois. Antes de 2011, Essesbi também teve experiência como ministro das Relações Exteriores no mandato de Habib Bourguiba e orador parlamentar durante o regime de Ben Ali.