Por Ismail Sameem e Hamid Shalizi
KANDAHAR, Afeganistão (Reuters) - O general Abdul Razeq, um dos comandantes mais poderosos das forças de segurança do Afeganistão, morreu nesta quinta-feira durante um ataque a tiros de um guarda-costas que representou um golpe duro no governo afegão antes das eleições parlamentares de sábado, disseram autoridades.
O general Scott Miller, que é o principal comandante dos Estados Unidos no país e participava de uma reunião com Razeq e com o governador de Kandahar, província do norte afegão, poucos momentos antes não foi ferido.
Mas Razeq, comandante da polícia de Kandahar, e o chefe local do serviço de inteligência NDS sofreram ferimentos fatais antes de o próprio agressor ser morto. O governador da província, Zalmay Wesa, ficou gravemente ferido, e não foi possível esclarecer relatos contraditórios segundo os quais ele sobreviveu.
Militantes do Taliban se responsabilizaram pelo ataque, que eliminou o comando da segurança de uma das províncias estrategicamente mais importantes e mais disputadas da nação.
O Taliban disse que visou Miller e Razeq, que tinha a reputação de ser um inimigo implacável dos insurgentes islâmicos em seu reduto no sul afegão.
Autoridades de segurança haviam alertado para a probabilidade de atentados antes da eleição, mas a morte de Razeq causou um choque profundo que as autoridades temem afastar os eleitores, que o Taliban avisou para que não participem do que considera uma votação imposta por estrangeiros.
"A morte do general Razeq terá um impacto enorme na segurança e na eleição no sul porque muitos eleitores podem não se sentir seguros para irem votar", disse uma autoridade de segurança sob condição de anonimato.
O Taliban divulgou uma imagem de um jovem de uniforme de estilo militar que disse ser o agressor, e autoridades afegãs o identificaram com o nome de Gulbuddin.
Não ficou claro como os insurgentes conseguiram infiltrar um atirador tão perto de comandantes de tamanha importância.