LISBOA (Reuters) - Motoristas de caminhões-tanque em Portugal ameaçaram entrar em uma nova greve daqui a uma semana se um acordo não for alcançado sobre suas demandas por melhores salários e condições de trabalho, informou o sindicato da categoria nesta segunda-feira.
Uma paralisação anterior, entre 15 e 18 de abril, levou o governo a declarar uma crise energética, com a redução das reservas de combustível nos aeroportos a níveis emergenciais, cancelamentos de voos e filas de horas em postos de abastecimento.
A interrupção dos trabalhos, que se transformou no pior episódio do tipo nos últimos anos em Portugal, terminou depois que o governo, as associações patronais e o sindicato dos caminhoneiros concordaram em retomar as negociações.
Com o governo agindo como mediador, as partes voltaram à mesa de negociação nesta segunda, mas o assessor jurídico do sindicato Pedro Henriques disse que não foi se chegou a um acordo.
"Não estamos a pedir nada a mais do que já vínhamos pedindo", disse Henrique a jornalistas após a reunião. "Lamento que este prazo tenha passado e que uma resolução não tenha sido alcançada."
Ele disse que o sindicato dará mais uma semana à entidade patronal para que atendam às demandas dos motoristas, antes de tomar uma decisão sobre os próximos passos, mas acrescentou que uma nova greve é "muito provável".
Durante a paralisação de abril, cerca de 2 mil postos de combustível ficaram desabastecidos, ao menos uma fábrica interrompeu a produção e algumas rotas de ônibus em torno de Lisboa foram suspensas.
(Reportagem de Catarina Demony)