Por Luke Baker e Ali Sawafta
JERUSALÉM (Reuters) - Anciões muçulmanos pediram nesta quinta-feira que religiosos voltem a rezar na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, depois que Israel recuou e removeu todas as medidas de segurança que havia instalado no local, na sequência de 10 dias de protestos muitas vezes violentos.
A decisão de Israel marca um significante recuo por parte do governo do premiê Benjamin Netanyahu e vem após dias de esforços diplomáticos da Organização das Nações Unidas (ONU), do envolvimento do enviado dos EUA para o Oriente Médio e da pressão de países da região, incluindo Turquia, Arábia Saudita e Jordânia.
A disputa começou depois que Israel instalou detectores de metal, câmeras e barreiras de aço nas entradas muçulmanas do complexo da mesquita de Al-Aqsa, também conhecida entre muçulmanos como o Nobre Santuário, após a morte de dois policiais israelenses no dia 14 de julho por homens armados árabes que esconderam armas no local.
A segurança extra provocou dias de protestos, com confrontos violentos nas ruas do leste de Jerusalém. Forças israelenses atiraram e mataram quatro palestinos durante o combate, e um homem palestino esfaqueou e matou três cidadãos israelenses em sua casa.
A maioria dos muçulmanos tem se recusado a entrar no complexo nas últimas duas semanas, em vez disso, rezando nas ruas ao redor da Cidade Velha.
Entretanto, anciões muçulmanos se declararam satisfeitos que autoridades israelenses reverteram as medidas de segurança.
"O relatório técnico mostrou que todos os obstáculos que a ocupação (Israel) colocou do lado de fora da mesquita de Al-Aqsa foram removidos", disse Abdel-Azeem Salhab, chefe do fundo financiado pela Jordânia que supervisiona os locais sagrados muçulmanos de Jerusalém.
"Nós elogiamos esse posicionamento nas últimas duas semanas do lado de fora da Al-Aqsa e nós queremos que esse posicionamento continue do lado de fora da Al-Aqsa e agora dentro da Al-Aqsa", disse, pedindo que os religiosos retornem para rezar.
(Reportagem adicional de Ori Lewis em Jerusalém e Nidal al-Mughrabi em Gaza)