MÉXICO (Reuters) - O México não precisa de ajuda financeira dos Estados Unidos, disse o Ministro do Interior do país, Miguel Angel Osorio Chong, na sexta-feira, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump solicitou um relatório sobre a assistência norte-americana ao vizinho do sul nos últimos cinco anos.
As autoridades mexicanas deram uma recepção fria ao secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e ao secretário de Segurança Nacional, John Kelly, durante uma visita na quinta-feira, e os comentários de Osorio Chong são outro sinal da crescente autoconfiança do México em lidar com Trump.
Grande parte da ajuda dos EUA ao México vem meio do programa do Plano Mérida, sob o qual o Congresso dos EUA destinou 2,6 bilhões de dólares para a assistência de segurança entre 2008 e 2016.
Desse total, 1,6 bilhão de dólares foram desembolsado até novembro de 2016, de acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso dos Estados Unidos.
A revisão da assistência financeira ao México foi incluída em um decreto de 25 de janeiro sobre segurança imigratória que determinou a construção de um muro de fronteira, levando à especulação de que Trump quer redirecionar o auxílio para pagar a construção.
"Quando eles perceberem o que restou de Mérida, eles entenderão que nem é tão significativo", disse Osorio Chong à rádio local.
"Nós não nos opomos a eles movendo esses recursos ... O México agora tem suas próprias capacidades", disse ele.
A insistência de Trump de que o México pagará por um muro de fronteira levou ao cancelamento de uma reunião de cúpula com o presidente Enrique Peña Nieto, e os dois lados concordaram desde então em não falar publicamente sobre o assunto para evitar azedar ainda mais o relacionamento.
Osorio Chong e o ministro de Relações Exteriores, Luis Videgaray, foram francos sobre a irritação do México sobre as propostas de imigração e comércio de Trump em declarações públicas durante a visita de Tillerson e Kelly, que tentaram acalmar as tensões.
(Reportagem de Frank Jack Daniel e Christine Murray)