Por Sui-Lee Wee
PEQUIM (Reuters) - A mídia estatal chinesa acusou sete sindicalistas que estão presos de "incitar os trabalhadores a entrar em greve", aceitar financiamento estrangeiro e "perturbar a ordem social", o que provocou críticas de grupos pró-direitos humanos.
As acusações surgem em um momento em que o governo do país empreende a mais dura repressão contra opositores em duas décadas, segundo grupos de defesa dos direitos humanos. As autoridades prenderam centenas de ativistas que atuam dentro do sistema para pressionar por mudanças.
No início deste mês a polícia de Guangzhou deteve Zeng Feiyang, diretor do Centro Trabalhadores Migrantes Panyu, com sede em Guangzhou, sob a acusação de "perturbar a ordem social", disse o advogado de Zeng, Cheng Zhunqiang. Seis outros ativistas também foram presos, de acordo com a Anistia Internacional.
Acusações mais detalhadas listadas pela agência de notícias estatal Xinhua na noite de terça-feira e a emissora estatal CCTV nesta quarta-feira surgem depois de uma série de "confissões" feitas na televisão estatal por ativistas conhecidos e artigos utilizados para desacreditar advogados que estão presos e são defensores de direitos.
Os críticos dizem que esses relatos impedem que o acusado tenha direito a um julgamento justo.
"Os representantes dos trabalhadores acreditam que a verdadeira motivação de Zeng Feiyang e outros é a de incitar os trabalhadores à greve, criar impacto social, interferir na produção normal das fábricas e perturbar a ordem social", disse a Xinhua.
"Zeng e outros ativistas forçaram líderes das fábricas a se submeterem e incitaram trabalhadores a cercarem órgãos da polícia, causando um impacto muito negativo sobre a sociedade", disse a Xinhua.