Por Jill Serjeant
(Reuters) - Filmes independentes, diversidade e o contraste entre escapismo e realismo prometem marcar a temporada de premiações de Hollywood em 2017, que começará a ganhar mais ímpeto a partir de domingo com a cerimônia do Globo de Ouro.
O jantar do Globo de Ouro em Beverly Hills vai iniciar dois meses de tapetes vermelhos e eventos de gala pontuados pelas indicações ao Oscar em 24 de janeiro, culminando na cerimônia da Academia em 26 de fevereiro.
O musical "La La Land”, o drama indie sobre luto “Manchester à Beira-Mar” e o filme sobre o amadurecimento de um jovem “Moonlight: Sob a Luz do Luar” lideram as expectativas em uma temporada que foi dominada por histórias menores e mais íntimas.
“Acredito que ‘La La Land’ será quem vai superar tudo neste ano, e está se saindo muito bem nas bilheterias e isso é outro grande fator”, disse Pete Hammond, colunista do site Deadline.com.
O musical romântico, sobre um pianista de jazz e uma atriz batalhando pelo sucesso em Hollywood, lidera com sete indicações ao Globo de Ouro, incluindo melhor musical ou comédia, estrelando Emma Stone e Ryan Gosling e comandado pelo escritor e diretor Damien Chazelle.
O Globo de Ouro é único por ter categorias separadas para filmes de drama e musicais ou comédias, potencialmente assegurando a “La La Land” diversas vitórias no domingo, de acordo com especialistas.
A categoria de drama, tanto no Globo de Ouro quanto em outras premiações, parece ser uma corrida apertada entre “Moonlight”, um filme de baixo orçamento sobre um rapaz negro pobre em Miami que luta com sua identidade sexual, e “Manchester à Beira-Mar”, um estudo sobre luto familiar estrelando Casey Affleck.
A inclinação para aqueles que votam em premiações pode, no fim das contas, depender do humor de Hollywood, após 2016 ter sido marcado por mortes de celebridades e a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, mediante a oposição de grande parte da indústria de entretenimento.
“Acho que é um bom ano não tanto para escapismo, mas para dar uma levantada no astral”, disse Tim (SA:TIMP3) Gray, que cobre premiações de Hollywood para a revista Variety.
“Acho que um filme triste, algo que lhe deixa deprimido, vai ter um trabalho mais árduo neste ano. Sinto que as pessoas, especialmente na América, se sentiram mal o ano todo, e você não quer outro filme que vai fazer você se sentir mal”, acrescentou.
O ano passado foi marcado por uma busca quase espiritual em Hollywood por representações --ou a falta delas-- de pessoas de cor e suas histórias.
Tudo isso mudou com candidatos como “Moonlight”, “Estrelas Além do Tempo”, “Fences” e “Loving”.
“Estamos nos saindo 1.000 por cento melhor do que no ano passado sobre diversidade”, disse Gray.
Os prêmios do Globo de Ouro, escolhidos pela Associação Internacional de Imprensa de Hollywood, são conhecidos por suas surpresas, e seus membros não participam das escolhas do Oscar.
No entanto, muitas das escolhas de domingo devem espelhar os filmes que as associações de diretores, atores, escritores e produtores vão homenagear em suas próprias premiações até a noite do Oscar.