O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bouhabib, disse nesta 5ª feira (26.set.2024) que o país está com a sua existência ameaçada devido aos ataques sofridos nos últimos dias por Israel. Nesta semana, ao menos 558 pessoas foram mortas por bombardeios israelenses contra o país árabe.
“O Líbano sofre uma crise que ameaça sua própria existência, o futuro de seu povo, sua nação, sua prosperidade. Uma situação que exige uma atuação internacional urgente para que as coisas não saiam do controle”, declarou Bouhabib em seu discurso na 79ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
O chanceler também agradeceu aos Estados Unidos e à França pelo posicionamento favorável ao cessar-fogo na região e criticou o governo israelense por “provocar conflitos”, ressaltando a necessidade de encerrar as instabilidades por meio da solução de 2 Estados, que prevê a criação de um Estado da Palestina e a coexistência pacífica com Israel.
“Israel, governo e o povo de Israel, se querem tanto a paz, por que não a escolhem? Por que não a querem? Por que não a propagam? Por que não superam suas obsessões e angústias de insegurança? Basta de escalada de conflito e risco de explosão total do Oriente Médio!”, afirmou Bouhabib.
TENSÃO ENTRE LÍBANO E ISRAEL
Líbano e Israel passam por momento de grande tensão em suas relações. Israel e o grupo libanês Hezbollah travam um conflito na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, depois de um ataque do Hamas, aliado do grupo extremista.
O conflito entre Israel e Hezbollah se intensificou depois de 2 ataques do a dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo extremista. O Líbano acusa o país judeu, que nega autoria. As explosões de pagers e walkie-talkies na semana passada deixaram ao menos 32 mortos e mais de 3.000 feridos.
A tensão escalou ainda mais depois de Israel lançar um grande ataque aéreo na 2ª feira (23.set) e provocar uma evacuação de libaneses. Outro ataque israelense na 3ª feira (24.set) elevou o número de mortos para 558. Israel alega que as operações têm como alvo os líderes do Hezbollah.
Desde então, as FDI (Forças de Defesa de Israel) vem realizando diariamente ataques a locais que, segundo os militares, são ligados ao grupo extremista Hezbollah. São os ataques aéreos mais intensos em quase 1 ano de conflito na região.