Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O presidente do Quênia, William Ruto, pediu nesta quinta-feira que o Conselho de Segurança da ONU apoie formalmente uma missão de segurança no Haiti, a qual o país africano mostrou vontade de liderar, dizendo que a nação caribenha "merece mais do mundo".
Diplomatas afirmam que o conselho pode votar até a semana que vem uma resolução esboçada pelos Estados Unidos que pede o destacamento de uma polícia internacional para o país. O Haiti solicitou ajuda no ano passado para combater gangues violentas que invadiram a capital, Porto Príncipe.
"O Quênia está pronto para exercer totalmente o seu papel e se juntar a uma coalizão de outras nações de boa vontade -- e há muitas -- como grande amigo e irmão verdadeiro do Haiti", afirmou Ruto na Assembleia Geral da ONU, onde líderes mundiais se reúnem todos os anos.
"Nos mobilizamos para apoiar a Ucrânia e países que sofreram impactos devastadores pelo clima, como Líbia, Marrocos e Havaí, e não podemos nos esquecer do Haiti", disse.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em relatório ao conselho, no mês passado, que "o uso robusto de força" por parte de uma polícia internacional e a utilização de ativos militares eram necessários para restaurar a ordem no Haiti e desarmar as gangues.
Países têm relutado em apoiar o governo não eleito do primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, que afirma não poder realizar eleições livres por causa da insegurança. Desde janeiro, o país não possui um presidente eleito pelo povo.
Forças de paz da ONU foram destacadas no país em 2004, depois que uma rebelião levou à queda e exílio do então presidente, Jean-Bertrand Aristide. As tropas deixaram a nação em 2017, e foram substituídas por uma polícia da ONU, que ficou no Haiti apenas por dois anos.
(Reportagem de Michelle Nichols)